Exergia e Termoeconomia - Indo além da eficiência energética

Alex Ruiz

8/9/20253 min read

Introdução

Exergia e termoeconomia são conceitos relativamente antigos. No entanto, não se vê, ainda, a aplicação destes na maioria dos projetos, principalmente, por dois motivos:

  • Desconhecimento dos conceitos e seu potencial;

  • Plantas de monoproduto e único proprietário.

Com a integração de plantas industriais na forma de complexos para aproveitamento de sinergias, muitas vezes de diferentes proprietários, torna-se essencial a abordagem destes empreendimentos com a racionalidade que somente a exergia aliada a termoecnomia pode proporcionar. Por exemplo, é comum que utilidades (água, ar, vapor e energia) sejam compartilhadas por diferentes unidades (frigoríficos, açúcar, etanol de cana, etanol de milho, laticínios, ...) para aproveitamento do fator de escala e redução de custo de implantação e operação.

Mesmo que o complexo seja de único proprietário, é necessário particionar os custos para as diferentes unidades de negócios e departamentos.

Para aumentar a assertividade e precisão, podemos aliar a análise paramétrica dos dados de interesse.

Qualidade da energia e valor monetário atrelado

Medir apenas a quantidade de energia pode não ser suficiente para avaliar um sistema térmico, particionar custos, propor soluções e realizar otimizações. A exergia mede a qualidade da energia, revelando o real potencial de uso.

A termoeconomia integra a análise exergética a dados econômicos, atribuindo valor monetário às perdas e ganhos. Com isso, não apenas identificamos onde está a ineficiência, mas também quanto ela custa e quanto vale corrigi-la.

Termoeconomia: integrando eficiência e custo

A termoeconomia atribui custos exergéticos aos fluxos de energia e massa. Esses custos incluem:

  • Investimento inicial

  • Operação e manutenção

  • Valor econômico da energia útil

Aplicações práticas

A análise termoeconômica é valiosa em diversos contextos industriais, mas é essencial quando:

  • A planta produz múltiplos produtos (ex.: vapor de diferentes pressões, eletricidade, calor de processo, refrigeração).

  • múltiplos proprietários ou operadores responsáveis por partes distintas da planta (ex.: um investidor constrói a caldeira, outro opera a turbina, um terceiro consome parte do vapor).

  • É necessário precificar corretamente subprodutos energéticos e repassar custos de operação de forma justa.

  • A energia é comercializada tanto internamente (entre unidades da mesma planta) quanto externamente (mercado livre ou regulado).

Exemplos reais para uma central termelétrica de 50 MW:

Custo do vapor em cada ponto: Veja o custo em cada ponto de uma planta de geração de energia elétrica a partir da biomassa, trabalho realizado pelo autor em 2016.


Vazão de vapor na saída na saída da caldeira: Veja a vazão variando os pares de pressão e temperatura, acompanhado do título na saída da turbina e eficiência da planta.

Custo da energia elétrica: Veja o custo variando o par de pressão e temperatura da caldeira, acompanhado do título na saída da turbina.

Benefícios diretos
  • Transparência na cobrança por energia e utilidades.

  • Otimização técnica e econômica simultânea.

  • Prioridade de investimentos baseada em retorno financeiro e ganho de eficiência.

  • Evita subsídios cruzados indesejados entre produtos ou clientes.

Conte conosco para análises exergéticas/termoeconômicas!

Até o próximo artigo!

Alex Fernando Ruiz

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